3 Sinais Surpreendentes de Baixa Autoestima que Deve Conhecer

Março 4, 2025
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Gery Kiffen

Quando ouve a expressão “baixa autoestima”, o que imagina? Talvez uma mulher de ombros curvados, cabisbaixa, escondendo-se atrás do cabelo. Tudo na sua postura sugere que ela quer desaparecer. Mas existem tantas outras mulheres que escondem a sua baixa autoestima de forma eficaz. Tão eficaz que elas conseguem esconder até de si mesmas. E, a menos que esteja a procurar atentamente por estes sinais surpreendentes de baixa autoestima, nunca adivinhará que elas também se sentem inúteis.

A isto chama-se baixa autoestima “oculta” ou “de alto funcionamento”. E, apesar de ter os mesmos fardos da baixa autoestima habitual, vem acompanhada de uma dose extra de vergonha e ansiedade. As pessoas com baixa autoestima oculta consideram a vulnerabilidade de se abrir sobre os seus desafios demasiado dolorosa e exposta. Elas podem até ter dificuldades em partilhar os seus sentimentos com um amigo íntimo ou conselheiro.

Se está a ler isto, a acenar com a cabeça e a pensar “sim, isto faz sentido”, então dê uma olhada nos 3 sinais surpreendentes de baixa autoestima.

1. As pessoas realmente, realmente gostam de si

Muito longe de indicar habilidades sociais superiores, ter a grande maioria das pessoas a achar que é absolutamente incrível não é a vantagem que pode parecer. Na verdade, pode ser um sinal de que está a adaptar ou a esconder o seu eu autêntico. Ninguém vai ser o melhor amigo de toda a gente – isso simplesmente não é possível. Então, se se encontra no topo da liga de popularidade, pode ser porque está a alterar conscientemente, ou inconscientemente, a sua personalidade para agradar aos outros.

Se isto lhe soa a “agradar aos outros”, é porque é exatamente isso que está a acontecer. Pessoas com baixa autoestima oculta podem ficar tão desesperadas por garantir uma conexão que vão concordar com tudo. Convidada para um concerto de metal grunge, mesmo sendo claramente fã de pop? Claro, estará lá. Preferiria um take-away indiano a um chinês? Não vai expressar a sua opinião. Porque nunca vai apresentar uma ideia que vá contra o grupo. E, enquanto a maioria das pessoas adora a sua companhia, em contraste, você sai de quase todas as reuniões sociais a sentir-se drenada.

A autora de best-sellers, Adele Parks, reflete sobre ter recebido nove propostas de casamento durante os seus vinte e poucos anos. Depois de alguma introspeção, ela percebe que isso acontecia porque alterava a sua personalidade para agradar aos homens com quem namorava.

2. A sua carreira, a sua cozinha e a sua carteira são impressionantes

Tem um trabalho impressionante? Maravilha. Foi para uma universidade ? Fantástico. A sua cozinha é branca, incrivelmente de bom gosto e muito cara? Ótimo! Se era isso que realmente queria, fico feliz por si. E fico contente por todo o seu trabalho árduo ter dado frutos. Mas um sinal secreto de baixa autoestima é escolher a opção mais impressionante socialmente. Em vez de optar pela escolha que realmente a faz feliz, as pessoas com baixa autoestima oculta muitas vezes optam por escolhas que impressionam mais os outros do que a si próprias.

Se, no seu processo de decisão, a primeira coisa que vem à cabeça é o que irá atrair mais elogios, impressionar mais pessoas, ou até parecer a escolha “certa”, isso significa que está a considerar a opinião dos outros antes de considerar os seus próprios desejos e necessidades.

Este comportamento pode ser uma forma de procurar aprovação externa, o que muitas vezes é um reflexo de uma autoestima frágil. Quando o foco está em impressionar os outros, as decisões podem ser tomadas com base em normas sociais ou expectativas alheias, em vez de seguir o que realmente a faz feliz ou realizada.

O livro Directional Living de Megan Hellerer, uma ex-aluna brilhante e ex-funcionária da Google, é uma excelente reflexão sobre como ela passou anos da sua vida a buscar validação externa. A autora descreve o momento em que percebeu que estava a viver de acordo com as expectativas dos outros, e não as suas próprias. O livro descreve a sua recuperação e redescoberta do que ela realmente queria para si mesma, o que a levou a encontrar uma vida mais alinhada com as suas necessidades e valores.

3. Sofre de síndrome do impostor

A síndrome do impostor é frequentemente mal interpretada nas redes sociais e em revistas. Aquele nervosismo que sentimos antes de uma entrevista de trabalho ou de uma apresentação? Isso é apenas ansiedade, não síndrome do impostor. A síndrome do impostor, por outro lado, é um sentimento de que você não merece as suas conquistas e que, em algum momento, alguém irá expô-la como uma fraude.

Se tem o constante medo de que, a qualquer momento, alguém vai desmascará-la e mostrar que você não merece o lugar que ocupa, então está a vivenciar a síndrome do impostor. Esse sentimento é real e não se resume apenas a uma questão psicológica, mas também pode ter raízes no sistema e nas normas sociais.

Imaginemos uma mulher negra, que ocupa o cargo de directora numa prestigiada firma de advogados de renome internacional. O sector jurídico, especialmente em posições de liderança, é predominantemente ocupado por homens brancos, o que faz com que ela se sinta frequentemente isolada. Embora seja altamente qualificada, com uma formação de excelência e uma carreira recheada de conquistas, começa a perceber que é uma das poucas mulheres negras na sala de reuniões e, muitas vezes, a única.

A sensação de ser uma “minoria” torna-se cada vez mais presente. Ela encontra-se, por exemplo, em almoços de negócios ou em conferências, rodeada por colegas que não partilham as mesmas experiências culturais ou socioeconómicas que ela. O comportamento dos colegas, muitas vezes inconsciente, faz com que ela sinta que precisa de se esforçar ainda mais para ganhar o respeito e reconhecimento que acredita merecer. Tenta adaptar-se ao código social e profissional daquele ambiente, moldando a sua atitude e forma de expressão para “não ser diferente”, para evitar que a sua cor de pele chame a atenção.

Esse esforço constante para se ajustar gera uma pressão emocional significativa. Tem medo de ser vista como a “excepção” e não como uma profissional igualmente competente. Começa a questionar se realmente pertence a esse ambiente, sentindo que, por mais que se esforce, os outros podem não reconhecer o seu valor da mesma forma que reconhecem o dos seus colegas brancos. Esse sentimento de inadequação, aliado ao medo de falhar, leva-a a um esforço excessivo para provar a sua competência, o que frequentemente resulta em esgotamento emocional.

Adicionalmente, a dificuldade em partilhar com colegas ou superiores as suas inseguranças ou a experiência de ser a única mulher negra na empresa afecta-a profundamente. Receia que a vulnerabilidade seja vista como um sinal de fraqueza, o que aumenta o peso psicológico dessa luta interna. Percebe que, enquanto se esforça para corresponder às expectativas dos outros, acaba por negligenciar a sua saúde mental e emocional.

A solução para a síndrome do impostor passa pela autocompaixão e pela reestruturação cognitiva, ou seja, pelo processo de reformular pensamentos irracionais. O professor Thomas Curran, autor de The Perfection Trap, explica que é crucial reconhecer quando o perfeccionismo está a afetar negativamente a sua vida. Ele recomenda procurar ajuda de um profissional de saúde mental para trabalhar no reconhecimento da síndrome do impostor e desenvolver uma forma mais saudável de lidar com esses sentimentos.

Conclusão

Os sinais de baixa autoestima podem ser muito subtis e, muitas vezes, são difíceis de identificar, mesmo para quem os experimenta. Se se reconhece em algum desses pontos — a constante necessidade de agradar aos outros, a escolha de impressionar com coisas externas, ou a sensação de ser um impostor — é importante começar a trabalhar no fortalecimento da sua autoestima de maneira saudável.

Procurar ajuda profissional, como terapia ou coaching, pode ser um primeiro passo importante para entender melhor o que está a afetar a sua autoestima e para encontrar maneiras de viver de forma mais autêntica. Lembre-se: a verdadeira confiança vem de dentro, e não da aprovação dos outros.

Se acha que este artigo pode ajudar alguém que conhece, partilhe! Trabalhar na autoestima é essencial para viver uma vida mais equilibrada e plena.

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